A Câmara e o Senado aprovaram nesta semana um conjunto de medidas que
atende as principais reivindicações apresentadas nas manifestações que
ocorrem em todo o País desde o início do mês.
No Plenário da Câmara, foi aprovado um projeto que destina recursos de royalties do petróleo para educação e saúde (PL 323/07) e uma proposta (PL 2729/11) que reduz a zero as alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins incidentes
sobre os serviços de transporte público coletivo municipal rodoviário,
metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros. Agora esse projeto
precisa ser analisado pelo Senado.
Os deputados também rejeitaram a
PEC 37/11, que atribuía exclusivamente às polícias Federal e Civil a
competência para a realizar investigação criminal. Com a rejeição, a
matéria foi arquivada.
Voto aberto
Na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), foi aprovada nesta semana a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 90/11, que inclui o transporte no grupo de direitos sociais, destinados a todas as pessoas, estabelecidos pela Constituição.
Também foi aprovada a admissibilidade da PEC 196/12,
que institui o voto aberto para processos de cassação de mandato
parlamentar por falta de decoro e por condenação criminal com sentença
transitada em julgado.
Agora, as duas propostas serão analisadas por uma comissão especial antes de seguir para o Plenário.
Agora, as duas propostas serão analisadas por uma comissão especial antes de seguir para o Plenário.
Reforma política
Em outra frente, parlamentares devem discutir com a presidente Dilma Rousseff, ainda nesta semana, uma proposta para a reforma política. Segundo o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, serão discutidos com parlamentares as principais mudanças que devem ser feitas na legislação política, partidária e eleitoral. O governo deve sugerir a realização de um plebiscito para definir a pauta da reforma.
Henrique Alves explicou que a Câmara terá autonomia para decidir se
aceitará os pontos sugeridos pelo governo e se vai ou não elaborar um
projeto de decreto legislativo para fazer um plebiscito sobre o tema.
Partidos de oposição, como DEM, no entanto, são contrários à
realização do plebiscito e defendem um referendo sobre o tema. A
diferença é que no plebiscito a população é consultada antes da criação
da norma. Já o referendo é convocado após a edição da norma, devendo o
povo ratificá-la ou não.
Tratamento da homossexualidade
Na próxima semana, os líderes discutem um acordo para votar outro tema que integra as listas de prioridades dos manifestantes: o tratamento para a homossexualidade (Projeto de Decreto Legislativo 234/11).
A reunião dos líderes partidários está marcada para a próxima terça-feira (2) e, se houver acordo, a proposta – que já foi aprovada pela Comissão de Direitos de Humanos - pode ser votada no dia seguinte no Plenário. A intenção, segundo o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, é rejeitar o projeto.
Combate à corrupção A Câmara também começa a analisar nos próximos dias um projeto (PLS 204/11) aprovado pelo Senado nesta semana, que torna crime hediondo a corrupção ativa e passiva. A proposta inclui delitos contra a administração pública como crimes hediondos, aumentando suas penas e dificultando a concessão de benefícios para os condenados. Medidas de combate à corrupção têm sido a principal reivindicação dos manifestantes.
Da Redação/ND