sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Folha Dirigia: Deputada Maria Mendonça pede urgência no concurso da PM

Em maio deste ano, o governo de Sergipe autorizou a realização de concurso para 600 vagas de soldado da Polícia Militar (PM-SE), com previsão de abertura de inscrições em agosto. Porém, chegamos ao último mês de 2012 e não há previsão efetiva de quando a seleção será realizada. O povo sergipano sofre com intensa violência em todo o estado. Há cerca de um mês, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública apresentou dados referentes à 2011 comparados à 2010: Sergipe ficou em sexto lugar entre os estados mais violentos do país.

Por parte da corporação, o edital já está finalizado e, no momento, é aguardado somente o aval do governador Marcelo Déda, para que sejam definidas as próximas fases, como a escolha da organizadora, por exemplo. Em setembro, a corporação chegou a divulgar um vídeo institucional que prometia inscrições em breve, com o objetivo de incentivar a população a se inscrever na seleção.

A FOLHA DIRIGIDA conversou com a deputada estadual do PSB, Maria Mendonça, que, no mês passado, fez um pedido à Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) para a urgência na abertura do concurso, além de aumento de efetivo. "Ter um contingente policial que atenda às demandas é uma questão urgente e essencial, além de ser uma promessa do governador. O efetivo da Polícia Militar, hoje, é de cerca de quatro mil policiais. E a cada mês, vai sendo reduzido. A lei estadual atual prevê um efetivo de mais de 7 mil policiais, ou seja, estamos com um déficit de quase o dobro".


FOLHA DIRIGIDA - No dia 21 de novembro, na Assembleia Legislativa de Sergipe, a senhora fez um apelo à Secretaria de Segurança Pública (SSP) à urgência no concurso para a Polícia Militar e aumento de efetivo. Por que está nessa causa?

Deputada Maria Mendonça - Estar nessa causa é um compromisso que assumi com o povo de Sergipe, de, com o mandato, trabalhar na defesa dos interesses e necessidades de todos. Sou deputada estadual e fui eleita para defender e contribuir com o crescimento e desenvolvimento do nosso estado, e isto passa pela identificação de situações que exigem do Poder Público ações e medidas que assegurem garantias constitucionais da efetividade e eficiência das políticas públicas à todos. Como deixei claro no discurso, a Segurança Pública de Sergipe carece de medidas urgentes, que contemplem a ampliação do contingente policial de forma que venha atender às necessidades das demandas da população, preventiva e ostensivamente. Afinal, o aumento da violência tem evidenciado o fosso deixado pelo Poder Público, oportunizando que marginais trafeguem, com ousadia e sem temor, organizando-se, armando-se e perpetrando crimes que terminam por fazer a população refém que, amedrontada, trancam-se e auto impedem-se de trafegar pelas vias públicas com a tranquilidade a que têm direito. Ter um contingente policial que atenda às demandas é uma questão urgente e essencial, além de ser uma promessa do governador Marcelo Deda, feita no início do ano. O efetivo da PM de Sergipe, hoje, é de cerca de quatro mil policiais. E a cada mês, vai sendo reduzido porque alguns vão para a reserva ou são afastados por algum tipo de problema. A lei estadual atual prevê um efetivo de mais de 7 mil policiais, ou seja, estamos com um déficit de quase o dobro. E o principal: o aumento da violência e da insegurança tem como uma das causas, a falta do policiamento ostensivo.

Qual foi a resposta da SSP?
A SSP de Sergipe tem uma equipe altamente qualificada, mas a cúpula depende da autorização do governo para realizar concurso. A SSP sabe que precisa de concursos, tanto para a Polícia Militar como para a Polícia Civil, contudo a decisão é do governador.

Como está, em números, a violência em Sergipe? Em quais cidades a situação é mais grave?
Há cerca de um mês, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública apresentou dados de todos os estados brasileiros, referentes à 2011, e fazendo um paralelo com 2010. Sergipe ficou em sexto lugar entre os mais violentos, perdendo, apenas, para Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Pará e Pernambuco. A taxa de homicídios de Sergipe foi de 32,1 por grupo de 100 mil habitantes. Em Itabaiana, minha cidade natal, com menos de cem mil habitantes, até novembro deste ano, foram contabilizados 53 homicídios.

Como a população sergipana está reagindo à falta de policiamento?
A população vem realizando passeatas em diversos municípios, clamando por segurança. No município de Itabaiana temos muitos homicídios. Participei de um debate, no campus da Universidade Federal de Sergipe, em Itabaiana, sobre o problema cujo tema foi: Itabaiana contra a banalização da violência. É importante a mobilização dos setores da sociedade para não só debater, mas cobrar providências do governo estadual. Debatemos sobre a banalização da violência e teremos um fórum permanente.

A senhora tem conhecimento do motivo da demora desse edital?
Quando questionado pela imprensa, a informação do governador é que passa pela falta de recursos financeiros e do limite prudencial da folha de pessoal, por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Para mim, faltam determinação e vontade política. É preciso priorizar a área de Segurança Pública.

Por Beatriz Doblas - Folha Dirigida

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