Apontado pelo deputado governista Francisco Gualberto (PT) como o
responsável indireto pelo veto ao Proinveste, por interesses eleitorais,
o senador Eduardo Amorim (PSC) lamentou, na noite desta quarta-feira 5,
que o parlamentar petista não tenha entendido a democracia do Poder
Legislativo e tente encontrar culpado para os problemas do governo.
Eduardo chamou a atenção para o volume de dinheiro que o atual governo
já pediu emprestado, inclusive com o aval da mesma Assembleia
Legislativa que barrou o empréstimo de R$ 727 milhões, hoje, e assegura
não haver coerência com o que este mesmo governo tem apresentado à
sociedade – em se tratando de obras e serviços.
“Não vou entrar nesta de agredir por agredir. É hora de se ter
humildade para não ficar procurando pessoas para culpar. Este mesmo
governo já tomou emprestado R$ 1,5 bilhão e o que fez com o dinheiro?
Você sabe? Por que o governador não sentou com os deputados e mostrou?
Fui estudar a dívida do Estado e me assustei. Em 2008, tínhamos um
endividamento de R$ 800 milhões. Hoje são R$ 2,5 bilhões. Em três anos. E
a garantia para o empréstimo do Proinveste? O servidor concorda? Atinge
cinco governos para pagar. Pegar o empréstimo é jogar o problema
debaixo do tapete para outros governos pagar. Até 2033”, disse Eduardo
Amorim.
O senador voltou a cobrar do governador Marcelo Déda tentar a
liberação de recursos oriundos das chamadas emendas da bancada. O
senador afirmou que, nos últimos dias, esteve em quatro ministérios
buscando recursos para Sergipe. “É preciso correr atrás destes recursos
em Brasília. Hoje mesmo, estive em vários ministérios. Porque o
governador não chama a bancada para tentar recursos para Sergipe? A
bancada ajuda. Mais de 80% do Congresso é do mesmo grupo. Pedir dinheiro
emprestado para pagar o 13º salário? É sempre tomando dinheiro
emprestado. Sempre. E lá na frente? Teremos que pagar”, observou o
senador, sobre a ida do governador a Brasília no dia de hoje,
assegurando que se o Estado fizesse o dever de casa pagaria a folha sem
precisaria tomar dinheiro emprestado.
O senador comentou ainda as declarações do deputado Gualberto sobre a
aliança que o PT fez com o PSC nas eleições de 2010. “Votei no
candidato dele, mas ele diz que não votou em mim. Fui mais um sergipano
enganado. Cometi equívocos, mas votei e pedi votos para o candidato
dele. Ele mesmo mostrou quem foi que traiu. Acreditei num projeto e não
foi nada daquilo que apostamos. Há projeto para Segurança? É normal 25
copos no IML? Para mim, é uma guerra civil. Sergipe é o 6º estado mais
violento do Brasil. Não tem projeto de nada. Tem de saúde? Educação?
Você conhece? Não podemos nos conformar com os problemas principalmente
da saúde e segurança. Mexe com a vida”, observou, assegurando que não
teme uma CPI na Saúde para investigar a sua gestão como secretário. A
hipótese foi levantada hoje pelo deputado Francisco Gualberto. “Não
estou preocupado. Consciência tranquila. Fui secretário e nem pensava em
ser político. Sonhei. Mas teve um momento em que o governador quis
mudar”, disse sobre sua saída da pasta antes do fim do governo João
Alves.
Por Joedson Telles - universopolitico.com.br
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