Uma ação humanitária. Assim
pode ser definido o trabalho realizado pela Casa de Acolhimento Nosso Lar,
unidade ligada a secretaria de Saúde do município de Itabaiana e que cuida de
pacientes que necessitam de tratamento por conta de terem sido usuários de
drogas em processo de recuperação.
“Nós entendemos que a
prevenção é o melhor caminho, pois se os nossos jovens estiverem conscientes
dos riscos que a droga oferece, com certeza eles nem se envolverão. Mas aqueles
que, infelizmente, tiveram algum contato com isso, não podem ficar
desamparados. E por isso que o trabalho desenvolvido pelo acolhimento tem nossa
atenção prioritária”, garantiu o prefeito Valmir de Francisquinho, ressaltando
que o que está ao alcance do município é realizado. “O tratamento, desde a
atenção médica até a alimentação, por exemplo, tem que ser sempre do melhor”.
A diretora da Casa de
Acolhimento Nosso Lar, Wilma Santos, explica como é o funcionamento da unidade.
“Trata-se de uma parceria entre o Caps Ad e o Acolhimento, com o cadastro sendo
feito pelo Caps. Daí o usuário é encaminhado para nós, onde temos avaliação por
psiquiatra, psicólogo, assistente social, enfim, é todo um projeto voltado para
os dependentes químicos”, frisou a diretora, ressaltando que o número possível
de atendimentos, atualmente, é de 10 acolhidos, que recebem toda a assistência
necessária, ficando em tratamento por um período de até seis meses sob os
cuidados de um total de 6 profissionais.
“Até a alimentação é
garantida pela secretaria de Saúde, com café da manhã e quentinhas servidas no
almoço e na janta, todos os dias”, destacou Wilma Santos. Aliás, essa questão
alimentícia é uma prioridade da Saúde municipal também na Residência
Terapêutica, no Caps Ad, no Caps I e ainda nos finais de semana, como suporte
para as equipes que realizam curativos no Posto de Saúde Souto Diniz e Sesp.
“Fornecemos de 60 a 80 quentinhas diariamente nessas unidades. Mas não se trata
apenas da alimentação. É a atenção dada aos que precisam dos nossos serviços
que faz a diferença”, avaliou a assessora de comunicação da Saúde, Ana
Mendonça.
E todo esse serviço tem tido
uma repercussão positiva dentre os acolhidos, a exemplo de Ismael de Jesus, há
dois meses sendo atendido. “Eu estava sofrendo com o uso da droga, perdi
mulher, família e só não perdi a vida porque Deus não deixou. Não vou dizer que
é fácil sair da droga, mas, com fé em Deus, eu vou conseguir”, disse o acolhido
pela instituição, destacando o trabalho realizado no local. "Aqui a gente
tem remédio, alimentação, lazer, atividades como desenhar, temos médicos,
dentistas, enfim aqui o atendimento do pessoal é ‘10’”.
Quem também está no
acolhimento há cerca de dois meses, mas trabalhando junto aos acolhidos, é a
assistente social Emília Millet, que ressalta a qualidade da ação desenvolvida.
“É um problema difícil essa grande catástrofe que é o crack. É preciso muita
força de vontade para superar. Mas aqueles que estão conosco a gente já sente
um avanço, seja na fala, seja na saudade da família que eles sentem e na
vontade de se reinserirem no mercado”, destacou a assistente, deixando um conselho
aos que enfrentam em suas famílias problemas semelhantes. “Primeiro de tudo:
nunca abandonar o dependente. Se a gente que tem família não acolher, a rua só
vai atirar pedras. E que a família busque os órgãos responsáveis. E como aqui
nós temos os Caps, que os familiares busquem o apoio, pois Itabaiana hoje é
privilegiada por ter essa Casa de Apoio”, finalizou.
fotos: Jedilson Messias
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